Resumo | O primeiro mapeamento do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, publicado pela SOS Mata Atlântica e pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em 1990, com a participação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), teve o mérito de ser um trabalho inédito sobre a área original e a distribuição espacial dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Por ter sido desenvolvido em escala 1:1.000.000, impossibilitou análises mais detalhadas, uma vez que áreas de pequenas extensões não puderam ser mapeadas. Apesar disso, tornou-se uma referência para pesquisa científica e uma importante ferramenta de trabalho para o movimento ambientalista, pois subsidiou várias estratégias e ações políticas para a conservação da Mata Atlântica. Em 91, a SOS Mata Atlântica e o Inpe deram início a um mapeamento mais detalhado, em escala 1:250.000, analisando a ação humana nos remanescentes florestais e nas vegetações de mangue e de restinga entre 1985 a 1990. Publicado em 1992/93, o trabalho analisou a situação da Mata Atlântica nos dez Estados - Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul - que apresentavam a maior concentração de áreas preservadas. Um novo lançamento ocorreu em 98, desta vez cobrindo o período de 1990-1995, com a digitalização dos limites das fisionomias vegetais da Mata Atlântica e de algumas Unidades de Conservação (UCs) federais e estaduais, elaborada em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA), e maior precisão na verificação dos remanescentes florestais devido à alteração no processamento das imagens de satélite. Desenvolvido com técnicas de interpretação visual de imagens de satélite, levantamentos de campo e sobrevôos, o trabalho vem, ao longo dos anos, apropriando-se dos benefícios da tecnologia de informação, especialmente das áreas de sensoriamento remoto e geoprocessamento. Com a adoção de nova metodologia, que inclui o uso de imagens TM/Landsat 5 ou 7 em formato digital, permitindo a ampliação da escala de mapeamento para 1:50.000 e conseqüentemente a redução da área mínima mapeada para 10 hectares, está sendo lançado desde abril de 2001 o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica 1995-2000. Assim, em dezembro de 2002 é disponibilizado ao público o Atlas com a avaliação de 10 Estados - a totalidade das áreas do domínio da Mata Atlântica de Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e áreas parciais da Bahia - que abrangeram nesta etapa 1.181.000 km2, ou seja, 87% da área total do Domínio da Mata Atlântica. As bases temáticas geradas anteriormente também foram georreferenciadas, reinterpretadas e utilizadas como fundamento para a geração de uma nova base, ainda referente ao período 1990-1995, mas incluindo dados na escala 1:50.000. Com isso foi possível elaborar a análise da Evolução da Mata Atlântica no período 995-2000. Mudanças nos critérios de mapeamento, incluindo a identificação de formações arbóreas sucessionais secundárias, contrariamente aos mapeamentos anteriores, nos quais considerava-se como "remanescentes florestais" somente as formações arbóreas primárias ou estágio avançado de regeneração, com padrão que sugerisse o mínimo de ação antrópica, deram uma abrangência maior e mais completa ao trabalho. Em todas as etapas, o Atlas contou com a participação, contribuição e apoio de diversas instituições, órgãos governamentais, entidades ambientalistas, universidades, institutos de pesquisa, empresas, especialistas e ambientalistas. Entre 1985 e 1990, obteve a participação da Imagem Sensoriamento Remoto e o patrocínio do Bradesco S.A, da Metal Leve e das Indústrias Klabin de Papel e Celulose, De 1990 a 1995, teve a participação da Sensoriamento Remoto e do Instituto Socioambiental e o patrocínio do Bradesco S.A, da Polibrasil Indústria e Comércio e co-patrocínio do Fundo Nacional do Meio Ambiente/MMA. A etapa atual, período 1995-2000, conta com a participação da Fundação de Ciências, Aplicações e Tecnologia Espaciais (Funcate), da Geoambiente Sensoriamento Remoto, da Nature Geotecnologias e da ArcPlan, com o patrocínio do Bradesco S.A e o co-patrocínio da Golgate/Palmolive-Sorriso Herba |